Ex - Flor
És vadia, bem sei.
Não tens culpa da cruz que carregas.
Sofrestes da vida as refregas;
sucumbistes, ao peso das necessidades.
Fostes um dia uma bela flor.
Colhida fostes, febrilmente.
Entregastes serena ao amor,
pela mão que te guiava docilmente.
Em um jardim estranho,
escuro, sem o brilho das estrelas,
fostes abandonada.
Ficastes exposta ao vendaval,
que indeterminadamente
tirou-te a última pétala.
Não és mais a flor cobiçada,
sofres o opróbrio.
Não passas agora de um minúsculo micróbio
que prolifera a espera do que vier.
Sim, ontem fostes uma flor, passastes por mim.
Hoje, hoje a indignidade te tirou o direito de ser mulher.
És vadia, bem sei.
Não tens culpa da cruz que carregas.
Sofrestes da vida as refregas;
sucumbistes, ao peso das necessidades.
Fostes um dia uma bela flor.
Colhida fostes, febrilmente.
Entregastes serena ao amor,
pela mão que te guiava docilmente.
Em um jardim estranho,
escuro, sem o brilho das estrelas,
fostes abandonada.
Ficastes exposta ao vendaval,
que indeterminadamente
tirou-te a última pétala.
Não és mais a flor cobiçada,
sofres o opróbrio.
Não passas agora de um minúsculo micróbio
que prolifera a espera do que vier.
Sim, ontem fostes uma flor, passastes por mim.
Hoje, hoje a indignidade te tirou o direito de ser mulher.