Pobre alma, nem nasceu e já morreu.

As noites em claro,

a aurora que se foi.

Não se sobrou nada

Deus, nem uma migalha de esperança.

A desgraça da existência

Dos carros que vem e vão

As pessoas que cruzam nossos caminhos

Mórbidos, perigosos, terríveis

Ninguém.

A ausência de mim mesmo

Os gritos sufocados

O sangue que escorre

Tão lindo é amargo

Quanto à ironia de se viver

Em um mundo hostil é imundo

A miserável alma que suplica por um gole de vida,

a se ela soubesse que tudo isso

nada mais é que um imenso buraco negro

de uma enorme dor é agonia.

Pobre alma, nem nasceu é já morreu.

Victória Reginna
Enviado por Victória Reginna em 28/03/2020
Reeditado em 29/06/2020
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