A lágrima esgueira-se pelo rosto...
Percorre em silêncio a face...
que permanece contemplativa.

A dor é um monumento extasiante
Igual a fisgada da faca nas costas
perpetrada por Brutus
o filho ingrato de César.


A lágrima segue seu rito
Até a boca, a foz de palavras.
Algumas ditas, outras malditas.

E, o silêncio contido nos olha
marejado por outras lágrimas
só fazem a visão ter a refração 
inconveniente
Mas, nada é exatamente
o que parece ser.
Nada é, em essência,
algo simples.

Há complexidades minúsculas,
tal como vírus.
Há complexidades enormes,
tal como a existência.

E, a resposta, as vezes, pode
ser administrada em gotas.
De chuva,
de orvalho
ou simplesmente de lágrima.

Pode haver tempestades.
Pode haver estios.

Chorar é um santo remédio.
Quando as palavras não bastam.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/03/2020
Reeditado em 28/03/2020
Código do texto: T6899512
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