Confinamento temporário
Prisioneiro, pássaro sem asas,
Que vive agora isolado,
Na clausura, angustiado,
Pode finalmente provar
Da dor que consome àquele,
Que mesmo sem pandemia,
Foi condenado a ver a vida
Por trás de barras e grades.
E enquanto aquele anseia
Bater as asas ao vento
E canta num triste lamento
Por não poder voar
O outro, que está trancado,
Não compreende, entretanto,
Que de tudo, o mais importante,
Não lhe foi deveras negado...