Anna & Eu
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Comer... você sempre
teve companhia,
olha prum lado, olha pro outro
mastiga agora, só mais um pouco
mas, eu sei… achando tudo errado
Eu sei, não era
pra ser
assim…
Dormir... que eu
tinha doce companhia
coisinha quente junto
ao rosto, algo de fofo
remexendo junto ao ventre
Patinhas alegres...
nervosinhas, barulhos
Patinhas, sempre
foram um pouco tristinhas,
algo de doído nos olhos
uma que a inocência
não merecia... não deveria
saber.
Patinhas nervosinhas
de descobrir a geladeira
a comida dando sopa
em cima da pia...
ração ao se abrir, cheiro
de carne frita!
“Não meu Sr! Não ouse abrir
uma lata de sardinha
por aqui! Ahh… que eu não
respondo por mim!
NHAC! Miau!”
Mas, a noite chega…
Agora Eu, agora Anna…
a gente se ama, mas...
a gente se olha e se sente
metade... de um todo.
Eu… e Anna…
a gente se entende
mas não compreende
como ela pôde ir assim...
tão rápido... tão fácil...
tão fácil de ir... A gente se aceita
e não sabe direito como
funcionará a dinâmica
sem ela por perto...
A noite chega... e dói demais
e ninguém no mundo se importa
porque eu tô falando de “Bicho.”
e então eu me ponho a fingir
e forjar felicidade, pra não
parecer um imbecil… e de fato
a vida continua acontecendo...
mas a noite chega, e eu olho
pra Anna, e vejo em seus olhos
um mundo que foi partido ao meio
… a noite sempre chega.
mesmo ela
não estando mais
aqui entre nós...
... a gente vai ficar bem.