Miserável ser.
Mergulhada que estou no indizível espaço das coisas sem significado, que muito dizem, que nada entendo, e que tudo sabe.
Solidão de ser estrela quase sem brilho no espaço infinito do abismo.
Ouço cantar o tristonho pássaro que grita de noite na janela do peito.
Peito em chama de infinda miséria de amargura de carregar a inconstância, e a busca desesperada de pertencer.
Ânsia de viver sonhos em completa êxtase.
Esconder é impossível.
Negar ser isso que chora por nunca chegar seu tempo de florescer.
Devaneios, com asas de solidão de me sentir miserável para comigo no estado das coisas vigentes.
Náuseas que tento sempre anular buscando ir para a cama dormir, mas a persistente ânsia continua latente a pulsar em apertos de arrependimento.
Miserável ser que sou.
Busco ou finjo buscar, talvez não passe de engano.
Medo de olhar o reflexo da menina cor purpura no espelho com os olhos rasos d´água a rezar para si mesma se achar.
Quero sair pelo mundo dançando todos os sentimentos que me sufocam.
É o destino me levando a passos cada vez mais largos para as profundezas do meu verdadeiro ser.