DAMA DA NOITE

Flor bela e perfumada

Que somente uma noite aparece;

Com seu visual que encanta

Na manhã seguinte desaparece.

Tu és a dama da noite,

Tens seu brilho por algum instante.

É como um doloroso açoite

Que insiste em ser constante.

Que destino ingrato é o seu,

De nascer e horas depois morrer.

É como o destino de tantos

Que não têm o direito de viver.

O nordeste, dama da noite,

Tem vivido uma noite cruel,

Desamparado por Brasília,

Bebendo seu intragável fel.

Os meninos de rua

Que durante a noite se drogam,

São na realidade infelizes

Que carentes por socorro imploram.

Eu sinto seu choro, dama da noite.

Vejo suas lágrimas caírem no chão.

O seu desejo é de continuar vivendo

E não na manhã seguinte ter nascido em vão.

A vida é mesmo assim,

O destino nem sempre é bom.

Tudo tem que ter um fim,

Nenhuma música tem o mesmo tom.

NOTA: O poeta escreveu esta poesia baseando-se na DAMA DA NOITE, uma flor que nasce e horas depois, morre. Este fato o poeta presenciou com muita alegria, mas também com tristeza, pois tal como a DAMA DA NOITE, muita gente ao acordar se depara com situações extremamente caóticas e desagradáveis. FORTALEZA - CE, 15/05/2003 – 01h45mins.