POEMA DA DESPEDIDA.
Eu queria saber tudo, mas, o bem da verdade é que não sei de nada,
Sou então esse nada desejando desesperadamente tudo o tempo todo,
Eu queria ser como aqueles sábios chineses sempre com palavras acertadas e prontas,
O que sou se não uma mero tolo que pensa ser um sábio quando na verdade não sou.
O meu coração há muito já partiu sem avisos prévios e nem cerimônias anunciadas,
Sem dizer da minha alma cansada e há muito esquecida no cárcere das górgonas,
As vezes penso que amar é mesmo coisa para pessoas insanas cheia de versos na cabeça,
As vezes penso que cada poeta é um prisioneiro de seus próprios medos e quimeras.
Neste momento necessito de um quarto escuro e um silêncio absoluto,
E o tempo todo eu vou buscar pelo meu pedaço de nada neste ermo escuro,
Minha dor assemelha-se às águas de um rio furioso correndo sem direção.
Venha minha flor de açucena ver o sol se pôr neste fim de tarde melancólico,
Venha meu amor e veja que há um pássaro na gaiola do meu peito que deseja sair,
Venha meu anjo ledo ver esse nosso último luar rodeado de estrelas bailarinas.