À NOSSA GATINHA PERDIDA
De mansinho, chegaste, tímida, arisca.
A qualquer aproximação, fugias ressabiada.
A conexão, porém, já estava posta.
Era uma simples questão de tempo.
Foi sim uma questão de tempo.
Seus olhos negros, vívidos, peculiares
Prendiam-nos como férreas algemas.
Tinhas algo diferente. Tu eras ímpar.
Enfim, você veio de vez e ficou
Tanto espaço em nossos corações galgou
Que nele imbricaste completamente,
Pois trazias em ti, para nós, o amor.
Não sabemos de onde vieste,
Isso foi sempre uma incógnita,
Terás vindo do céu? Decerto sim.
Onde agora estás? Terás para lá voltado?
A lacuna deixada jamais será ocupada.