Onicofagia Canibal
Pressionar as teclas faz doer
Meus frágeis e tão sôfregos dedos,
Isso, triste eu digo, tem um porquê,
E é um de meus piores degredos.
A Onicofagia, esse demônio noturno,
Compulsivamente me faz querer
Roer, roer e roer. roer ao absurdo,
E não bastando, me faz querer rasgar,
Morder, e eu o faço sem me conter.
Eu dilacéro a cutícula, a queratina,
Até que apareça sangue, e não paro.
Aparece a carne, e dói. Me desamparo,
Mas continuo a morder.
Minha mão está destruída, arruinada,
Até a carne viva eu consigo ver.
No entanto, Continuarei a comer
Até que não sobre nada!
Me sinto um autófago, um suicida canibal,
E leitor, eu te digo, não existe desprazer como tal.
Por mais que eu tente evitar
Por mais que faça doer, arder ou gemer de dor
Estou sempre, sempre. Sempre a roer!
(Um poema sobre ansiedade e sobre roer as unhas compulsivamente)