ingratidão
N’alma venerável, amante insigne
De sangue vertente em rubras lágrimas
Que fere o peito feito em argúrias
Destinado a morrer tão lentamente…
Rubescente espasmo de ternura
Púrpura e escarlate força inebriante
Entorpecente, veneno delirante
A viscejar no íntimo do exânime
Porquê de tantas desventuras
Incólume executa o infortúnio
A delirar no mosto plenilúnio
Da escura noite de açucena…
Feres em dores não contidas
Amainando as penas escondidas
Num recôndito âmago enegrecido
Não sente a comoção do desvalido
A ver-se em palpos escorrentes
Não vê, não vibra, não cala, consentes...