Aguaceiro
No peito tempestade sem fim,
Fazia tanto barulho como quem grita de boca escancarada.
Chovia forte,
Profana chuva ácida que na pele ardia deixando marcas,
Remar nesse rio nunca irei,
Beberei.
Chuva salgada precipitada de um semblante triste,
Salgada chuva que escurece o céu e inunda o mar,
Apaga de teu regaço o tilintar selvagem que se vinga da alma,
Sufoca no estreito de teus braços esse sentimento que te devora,
Senhora das correntezas, controla o aguaceiro que precipita de tuas pálpebras,
Afugenta o sentimento que castiga tua alma,
volte a ser sol, aqueça.