adeus mundo

faz tempo que não escrevo

as feridas parecem ter sumido

tão rápido

nunca achei que esqueceria quem sou

mas quem eu sou?

eu não era ninguém

ou será ainda sou?

anos me escondendo em formas utilitárias para a sobrevivência

fugindo por válvulas terríveis de escape para não participar

das idealizações de suicídio iminente

o que restou de mim?

ossos

sangue

pedaços mínimos de emoções

sentimentos que se tornam cacos

objetos cortantes

beirando meu sangue

esperando minha pele abrir a portar

para com meu sangue uma obra de arte pintar

lindo eufemismo

para quando eu não mais aguentar

e me

[libertar]

Acentuador
Enviado por Acentuador em 01/02/2020
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