adeus mundo
faz tempo que não escrevo
as feridas parecem ter sumido
tão rápido
nunca achei que esqueceria quem sou
mas quem eu sou?
eu não era ninguém
ou será ainda sou?
anos me escondendo em formas utilitárias para a sobrevivência
fugindo por válvulas terríveis de escape para não participar
das idealizações de suicídio iminente
o que restou de mim?
ossos
sangue
pedaços mínimos de emoções
sentimentos que se tornam cacos
objetos cortantes
beirando meu sangue
esperando minha pele abrir a portar
para com meu sangue uma obra de arte pintar
lindo eufemismo
para quando eu não mais aguentar
e me
[libertar]