Ensaio 37*
Enquanto me observo no reflexo do espelho, Tento aceitar e tenho um surto de lágrimas a cada lembrança, e outro ao ver no que o destino fez a mim. Queria fingir, pelo menos, que a euforia me domina: Fazer de minha face uma máscara teatral sempre a sorrir da decadência de mim mesmo e, como o melhor dos atores ou poetas dissimular essa tristeza que me envolve por completo. Ocultar a miséria minha com a mais bela das imagens, esconder esta áurea negra com o colorido esplêndido de uma aurora boreal jamais contemplada.