Escarlete
Escarlete
Escarlete,
Tu que nasceste em meados do outono,
contradita e crescendo onde tudo morre.
Tantas mãos, navalhas que te aborrecem,
este solo jamais deveria ter te germinado.
Escarlete,
Mas o rio é quem alimenta tua esperança
e nenhuma navalha poderia te tomar a fé.
Reza e cresce o mato que a mantém salva,
Que te guarda aos cuidados de um amanhã.
Escarlete,
Eu sei que não poderei te salvar do destino,
mas aqui estou a te olhar com sorriso largo.
Eu lamento não ser o herói desta teu conto e
sobra vazio no coração pela minha impotência.
Escarlete!
Escarlete!
Que transpira intencionalmente ar puro ao mundo.
Contradita, tu cresces na direção onde tudo morre.
Victor Cunha