Baile dos Enforcados
Todos me parecem
Tão profundamente angustiados,
D'um modo tão claro e aviltante
Que consigo ver em seus semblantes
Tristes e fadados
A tristeza do outrem.
Por trás desses sorrisos de vidro,
Quanta lágrima, quanta melancolia!
Que eu morbidamente alvidro:
Será que foram felizes um dia?
A impressão que isso me dá
É que ninguém vai estar aqui por muito tempo
E o mais puro deslize,
ou a lágrima que não cessar
Pode levar ao enforcamento!
Ah! Estão todos engravatados
E eu pareço ser só mais um
Jovem triste e deprimido
Nesse baile de enforcados!
Ah! E nesse bailar de melancolia
Onde parece ser a dança, infinita
Danço! Danço eu!
Danço! Ao lado teu!
Com a corda na garganta!