Cético

Este ano novo infelizmente será como os outros

Estarei apenas remoendo meus erros

Enraivecido pelos tantos enganos

Pelos "eu te amo" ditos com afeto, mas

Que acabaram morrendo no intenso deserto

E, me vi apaixonando novamente

O meu coração, tolo como só, se feriu gravemente

Se entregou, com caixa e tudo, tão inocente

Mas, na espreita daquele lindo jardim, se encontrava

A hedionda, repugnante falsidade, junto à ilusão

E, acabaram dilacerando o que pensava ser a tal paixão.

Este ano eu naveguei, sem encontrar terra

Beijei várias sereias, mas não encontrei a "certa"

Meus lábios se aqueceram no calor dos devaneios

Nas curvas e nos seios, em anseio

Mas, passarão a virada, em desespero.

Não espero um novo rumo, mudanças

Nunca conseguirei ser diferente do que sou hoje

Continuarei carregando a tristeza que tanto me cansa

Mas, talvez, só talvez, eu me torne um monge

Que eu passe a formar meus próprios planos

Sem que sofram mutações a favor de outros

Cansado eu me encontro, tantos desamores

Tantos desencontros, tantos abandonos

Tão cético ao ponto de esperar algo novo

Um amor, um conforto, até mesmo um sopro.