O bar dos poetas
Transformo seu corpo no meu caderno de verdades
Escrevo sobre medos, teorias e saudades
Para cada página virada
Existe uma rainha malvada
Para cada sombra de tristeza
Existe um raio de sol, com certeza
Não se deixe levar para mais um buraco
Eu sei que você deseja uma dose de afago
Mas nesse meu bar, não vendemos isso aí
É muito viciante e pode por fim, te destruir
Aqui temos saudade, alegria e a última garrafa de amor
Eu sei que são igualmente perigosas
Mas façam suas apostas
O primeiro que cair
Vai se levantar e escrever
Com todo seu prazer
Sobre quem ele amou
Mesmo que com dor
E olhe lá o primeiro
Cambaleando pelo piso
Tadinho, é um castigo
Se encher-se de álcool para algo pior do que a morte esquecer
E pensar que já teve tanto prazer em viver
Hoje em dia
Bebe, fuma e se tortura todos os dias
Lhe falta alegria
Braços fracos
Mal sustentam um prato
E quem disse que ele deseja se alimentar
Não desse jeito
Mas talvez assim
A mão esquerda segura o cigarro
A mão direita a bebida
Meu caro amigo
Pode-se dizer que largou de sua vida
Para viver a ferida
Que lhe foi causada
Agora paguem o que beberam
Deixem seus copos sobre a mesa
E tenham uma certeza
Amanhã esse mundo do esquecimento, também abre
Por fim, aguardem
Esse simpático dono de bar
Também tem que se ausentar
A tristeza não é exclusiva de vocês
E mais uma vez
Obrigado pela preferência
Até amanhã.