DESENCANTO


A porta está aberta,
A fuga parece certa,
A alma está alada – alerta,
Mas, lá fora; o inverno vigora,
Impossibilidade de verões,
A vida é feita de grilhões,

A alma bem que tenta,
Bate – rebate – se arrebenta,
Penas soltas no chão;
Tentativas em vão.

Entristecida,
Encolhe-se, recolhe-se,
No divã do seu desencanto,
Entoa um canto de lamento,
Ave cativa – ainda viva,
A espera de livramento.