Portões
Por muito tempo ignorei a voz dentro do meu peito
E isso me poupou de muitas coisas ruins
Assim como me privou de coisas extraordinárias
E quando finalmente resolvi abrir as portas da minha alma
Elas estavam profundamente fechadas e enferrujadas
Ao ponto de só conseguir abrir uma fina fresta
Mas foi o suficiente para a luz entrar
E eu finalmente senti o calor que ela me oferecia
Porém não fui forte o suficiente para arrombar essa porta
E logo aquela luz de ternura e calor se foi
Mas a fresta aberta ainda estava lá
E por ela conheci a dor da perda e da verdadeira solidão
As noites se tornaram frias e silenciosas
Onde tentava preencher o vazio com qualquer coisa
Mas era tudo em vão, tentava apenas me enganar
Dizendo a mim mesmo que já havia passado
E nada daquilo foi dito e sentido foi real
Mas a porta tinha começado a se abrir
E não era mais possível mentir de tal forma
Oque foi feito não pode ser desfeito
Não a mais como voltar a trás
Após sentir a luz e seu calor
Tudo que posso fazer e seguir enfrente
Mesmo que doa muito
Mesmo que fosse mais fácil desistir
Mesmo que eu saiba que posso nunca mais sentir essa luz
Tenho que me manter firme em prosseguir meu caminho nebuloso
Tudo que tenho agora e esperança
E tudo que posso fazer e agarra-la, pois ela e tudo que me sustenta
Mesmo sendo uma pequena chama, eu a mantenho viva
Para que ela possa iluminar meu caminho na escuridão
E tudo o que me restou.