Portões

Por muito tempo ignorei a voz dentro do meu peito

E isso me poupou de muitas coisas ruins

Assim como me privou de coisas extraordinárias

E quando finalmente resolvi abrir as portas da minha alma

Elas estavam profundamente fechadas e enferrujadas

Ao ponto de só conseguir abrir uma fina fresta

Mas foi o suficiente para a luz entrar

E eu finalmente senti o calor que ela me oferecia

Porém não fui forte o suficiente para arrombar essa porta

E logo aquela luz de ternura e calor se foi

Mas a fresta aberta ainda estava lá

E por ela conheci a dor da perda e da verdadeira solidão

As noites se tornaram frias e silenciosas

Onde tentava preencher o vazio com qualquer coisa

Mas era tudo em vão, tentava apenas me enganar

Dizendo a mim mesmo que já havia passado

E nada daquilo foi dito e sentido foi real

Mas a porta tinha começado a se abrir

E não era mais possível mentir de tal forma

Oque foi feito não pode ser desfeito

Não a mais como voltar a trás

Após sentir a luz e seu calor

Tudo que posso fazer e seguir enfrente

Mesmo que doa muito

Mesmo que fosse mais fácil desistir

Mesmo que eu saiba que posso nunca mais sentir essa luz

Tenho que me manter firme em prosseguir meu caminho nebuloso

Tudo que tenho agora e esperança

E tudo que posso fazer e agarra-la, pois ela e tudo que me sustenta

Mesmo sendo uma pequena chama, eu a mantenho viva

Para que ela possa iluminar meu caminho na escuridão

E tudo o que me restou.

Havel
Enviado por Havel em 14/12/2019
Reeditado em 15/12/2019
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