Num adeus...
Um pouco adoentado
Sem nenhuma inspiração
Só querendo ficar deitado
Por toda ocasião
Desanimado com a vida
Nada de bom mais via
Cálice de tristeza bebida
Levando pra longe alegria
E foi juntando retalhos
Dos momentos doridos
Caminhando por atalhos
Trazendo versos esquecidos
Pobres coitadas rimas
Todas perdidas ao vento
Que as soltou às colinas
Voltariam ao seu tempo
Recolhidas ao pensamento
Que as atrairiam um dia
E olhando ao firmamento
As recolhia a prosa e poesia
O poeta cansado chorou
Lágrimas... um rio tomba
No barro do chão riscou
Desenhando própria sombra
Deitou-se sobre a relva macia
Debaixo de árvore frondosa
Adentrou à fantasia
Buscando salvar toda prosa
Mas logo ficou tudo azul
O céu transformando-se em luz
Ele viu a Cruzeiro do Sul
Alguém erguera sua cruz
Homenagem linda e sincera
Dos amigos fiéis leitores
Pra um ciclo que ali encerra
Dentre tantos escritores
Sobre a bela coroa de flores
Borboletas brincavam inocentes
Enfeitando com suas cores
Do esquife tornaram-se enfeites
****
Agradeço sua linda interação meu nobre amigo
26/12/2019 19:59 -
POETA OLAVO
"Minha pausa nas poesias
Foi apenas breve adeus
Todo tempo foi agonia
Querendo os versos seus." -