ODE DO PÓS-CHUVA

"Às vezes a alma molha-se com a água que evapora..."

Alma queda em sombras,

Miasmas vêm do pântano:

Chovera, chovera cântaros,

E o cantar soçobra ...

Folhas e gravetos à calçada.

Passos, mesmo agora, chapinham.

O ar apurado dando em nada,

Até os ventos me amesquinham.

O pobre mendigo pede esmola,

Dou-lhe moedas, as migalhas,

E nova dor então me assola ,

Gritada pela água das calhas...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 25/11/2019
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