Vidas Amargas
Dantesco olhar de uma criança que chora ao me ver,
Deitada em sua miséria intransponível...
Esperando que sua sentença se cumpra
Como estarás em felicidade se nunca a tivera em si.
Desejos de morte... Sonhos de ser o que não pode ser,
Desbrava-se a andar em ruas... Calçadas...
Ó maltrapilho andante que cortas os véus da tristeza
Que estão em cada gota de teu suarento corpo.
Nada tenho mais em mim, nem sofrimento, nem solidão!
Carrego a fome que me reveste, que me consome,
Estou amargurado neste silêncio, onde meu semblante!
Esvaece ao meio uma vida que nunca foi minha.