O COPO

Enquanto eu sorvia,

O líquido que havia,

Como me parecia,

Familiar.

Uma bebida fria,

Que de repente estia,

Quando dentro descia,

A me esquentar.

De repente, não sei,

Como se deu? Não sei.

Porém eu avistei,

Copo cair.

Do chão me aproximei,

Contudo eu atrasei,

Socorrer té tentei,

Não consegui.

Admirado estava,

Boquiaberto olhava,

A mente se lembrava,

De um tempo atrás.

Ele, que comportava,

Líquido e não vasava,

Agora se quebrava,

Sem voltar mais.

Cada caco tomou,

Seu lado e se tornou,

Desgarrado e virou,

Parte do chão.

Daquilo que sobrou,

A mente relutou.

Foi remendar, cortou,

A minha mão.

Em plena luz do dia,

Um copo aqui existia,

E em cacos se fazia,

Aberração.

Veio a epifania:

Líquido era o que eu sentia,

E o copo que caía,

Meu coração.

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 24/11/2019
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