O CORETO DA PRAÇA

Mais uma vez, de repente,

Sem remorso e sem aviso,

Desatendeu meus intentos;

Descoloriu meu sorriso;

Pulverizou velhos sonhos,

Sem sindicância; sem rito.

Desvirtuando meu conto,

Silenciando meu grito.

Mais uma vez, toda graça

Se esvaiu entre os dedos:

Minha coragem e meus medos

Beijam-se em meio à fumaça.

E no coreto da praça,

Num dia frio e cinzento,

As folhas voam no vento,

mas a dor as ultrapassa.

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 13/11/2019
Reeditado em 13/11/2019
Código do texto: T6793630
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