O CORETO DA PRAÇA
Mais uma vez, de repente,
Sem remorso e sem aviso,
Desatendeu meus intentos;
Descoloriu meu sorriso;
Pulverizou velhos sonhos,
Sem sindicância; sem rito.
Desvirtuando meu conto,
Silenciando meu grito.
Mais uma vez, toda graça
Se esvaiu entre os dedos:
Minha coragem e meus medos
Beijam-se em meio à fumaça.
E no coreto da praça,
Num dia frio e cinzento,
As folhas voam no vento,
mas a dor as ultrapassa.