"quebra de capítulo,(um:quase-não)"
"(...)que indigna criatura acreditas que eu seja? Estás querendo fazer de mim um divertimento; estás procurando aparentar que conheces meus registros; estás querendo arrancar os meus segredos mais íntimos; pretendes sondar-me, fazendo que emita desde a nota mais grave até a mais aguda de meu diapasão(...)
(...)Toma-me pelo instrumento que melhor te agrade e por muito que me dedilhes, posso garantir-te que não conseguirás tirar qualquer som de mim(...)"
(Hamlet) Ato III, Cena II
...
Ela carrega o meu exílio, eu caminho por lá
E todos os meus dias entregues, mesmo lugar
Milhares de peças descalças, sem vozes, até
A minha parte, que dela reclama, dela, não é
O que faço com esse espelho descrente?
Onde esconderei meus erros de sempre?
Se, da dúvida consumida for o tempo e vertigem?
Ou se preces deixadas não mais me vestirem, eu
Congregarei em póstumas lápides daquela que servirei
Um espectro! Sem olhos e desperto para servir o chão
Não há asas aqui.. não há cores e nem outra versão
E repete.. tantas quanto forem as vezes de nega-la
O meu inferno é a morada de sua pele que nunca me cala
E eu ainda, devoto dessas tintas, por ela, serei..
..eu sei,
...
parte Ii - "O descrente,"
Passagem de ida pelos seus versos alheios
Pela faca que desdenha de um mais um pouco
Do calor excessivo que não me livro, nem creio
Eu deveria acreditar que ela não existe, nem corpo
Ah, esses devaneios alquebrados por tentar
E tentar e tentar, e mais do que puder ter
Ah, eu era um esboço de seu reino sem querer
E eu berrava sob seus pés e ela não estava lá
Então o sonho se torna pilhéria e a guerra acabou
A minha noite mais fria era queda pra aquece-la, mas
Não bastava, não entraria um sopro sequer
Então o meu intento tomba e tudo que não era, desabou
Não era água, não havia cartas que pudessem le-la, mas
Tolo de tentar mil vezes a mentira que nunca me quer,
..eu, ainda assim,
tinha fé.