MANHÃ SEM SOL
Você já não disfarça
Tampouco arde em febre
Quando me abraça
Meu peito que já foi leito
Agora só. Não passa de colcha de retalhos
Para o meu coração
Ao alcançar sua mão
Vejo que ainda usa o anel
Que escarnece teu brilho
Cabisbaixa
Afago então os teus cabelos
E desvelo teu rosto
Logo brota dos olhos
Uma ligeira lágrima
Que beija o solo
O sorriso frívolo
Enrijece meu corpo
Que perece sem reação
Agradeço a interação poética do amigo Camilo José de Lima Cabral
Faria-me dente-de-leão, pediria para ser soprado e agradeceria aos novos ventos. Cultivaria novos jardins, araria terras produtivas, ainda que o resultado fosse apenas uma pequena rosa a desabrochar.