MANHÃ SEM SOL

Você já não disfarça

Tampouco arde em febre

Quando me abraça

Meu peito que já foi leito

Agora só. Não passa de colcha de retalhos

Para o meu coração

Ao alcançar sua mão

Vejo que ainda usa o anel

Que escarnece teu brilho

Cabisbaixa

Afago então os teus cabelos

E desvelo teu rosto

Logo brota dos olhos

Uma ligeira lágrima

Que beija o solo

O sorriso frívolo

Enrijece meu corpo

Que perece sem reação

Agradeço a interação poética do amigo Camilo José de Lima Cabral

Faria-me dente-de-leão, pediria para ser soprado e agradeceria aos novos ventos. Cultivaria novos jardins, araria terras produtivas, ainda que o resultado fosse apenas uma pequena rosa a desabrochar.

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 08/11/2019
Reeditado em 25/11/2019
Código do texto: T6790463
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