Impuro
Trilho as vias paralelas das calçadas,
Vejo-as como grandes ondas do mar,
Mas mortas feita carne suja e passada,
Que são lindas na visão de um olhar.
Não se refaz o que já foi quebrado
Sem a mesma essência de antes,
O erro permanece desconsertado
Mesmo que o coração o cante.
Os parasitas do pensar o desgasta,
Ao tentar corrigir um erro cometido,
A mente de novo erra nas palavras,
E se foi mais um momento perdido.
Passos errôneos na minha vida,
Tempo precioso para meu segundo,
‘’Tua alma, onde fica?’’
‘’Não sabes corrigir o próprio mundo?’’
Sempre em temporal de trovoadas
Meu universo permanecia,
Não tive nem uma palha trocada,
E o que tive foi-se de serventia.