D O R
Parece engraçado, mas não é,
Pois só eu sei o que sinto agora.
Esse nó preso na garganta
E esse vazio que me devora...
Nadei, nadei, nadei sem cessar...
Mas não morri na praia;
Morri exatamente nadando:
Afoguei-me numa tocaia...
Sempre fui só e triste.
Porém, quando amo, me derrubam...
Talvez meus sonhos não venham,
Ou minhas preces não subam...
Se o problema é comigo,
Então mereço esse castigo:
Dormir todas as noites
E nunca acordar contigo...
E eu quero chorar muito,
Ver aquilo que ninguém vê:
Que é impossível seguir a vida
Nessa ausência de você!
(07.08.2001)