A sós no escuro, faminto e sedento.
A sós no escuro, faminto e sedento.
A minha cova se afoga em quietude.
Nela eu resido já faz tanto tempo
que então me tornei um ser fétido e rude.
Um monstro horrível de face gosmenta.
Braços e pernas estão carcomidos.
Torce-se o estômago à pança nojenta,
cavocavam meus dedos a terra, compridos.
Cheiro de fezes com sangue há no olfato.
Restos de pus se desfazem no solo.
Vermes inteiros estão no meu prato
mas vermes mordidos estão no meu colo.
27/9/2019