Monólogo do Fim

Monólogo do Fim

Ó minha criança

Deleita-ta também em minhas desventuras,

Pois até neste sol a minha alma se amargura.

Nem a mim, nem a ti

Se escreveu uma história que se possa orgulhar e

Densas são as linhas que o tempo me faz lembrar.

E habitamos andarilhos,

Desafiando evasivamente os grilhões da morte,

Para cada escapatória, um brinde a nossa sorte.

O universo me encanta!

Para o eclipse escrevi sua beleza num poema

E eu nunca esquecerei, atônito, daquela cena.

Me apresso nestas letras,

Sem pensar quem há de ler esta minha carta,

mas escrevo antes que todo meu ar se parta.

Ó minha criança,

Eu falhei quando um deus quis me tornar e

Muito mais quando a sabedoria quis dominar.

Victor Cunha

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 24/09/2019
Código do texto: T6753048
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