POBRE DEFUNTO

Repleta de desencanto, minha alma sucumbe à loucura

Os céus tampados por prédios me dão gastura

O cheiro de combustível e lixo me dão tontura

Ter te visto morrer encheu ainda mais meu coração de amargura

Junto à empresas famosas e à cinza da cidade

Carrego numa caixa suas cinzas, homem de pouca idade

Que esbanjava longevidade

O homem que jurei amar pela eternidade

Vi uma vez jacintos desabrocharem perto de um sepulcro

Me fazendo pensar que lucro

Têm um homem, rico ou pobre, nesse mundo?

Talvez, pós morte, uma pequena flor perto de seu túmulo moribundo?

Como eu amo aquele homem

mas agora os vermes o consomem

Incapaz de salvá-lo de seu destino frio,

Lhe desejei um doce sofrimento e uma morte gentil

A vida o soprou para um lugar distante

Provando novamente ser muita coisa

E só um instante

Natalia L A
Enviado por Natalia L A em 16/09/2019
Reeditado em 13/07/2020
Código do texto: T6746473
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