Entregue-me tua dor.
Entregue-me tua dor,
Posso-a envolver
Sobre o teor de minhas palavras.
E em uma noite fria,
Ou uma manhã calma,
Farei-a virar poesia.
Poderia ser bela...poderia.
Mas a dor que congela o peito,
E sangra diante das lembranças adormecidas,
Essa dor que poderia tornar-se bela
Na construção sublime da palavra.
Infelizmente em verso não é morada,
Ela não se rompe da carne sangrada,
Dos sentimentos feridos e da alma fragilizada.