Desistência

Não há um fim? Sempre tem mais um

E a caixa se enche, monólogo comum

Será que existe final? O nada, o vazio

E o passar do tempo sem nenhum pio

Não há graça essa mesmice tão triste

Feito o eco dos próprios pensamentos

Palavra alguma atravessa; e lá, resiste

Fica esse olhar perdido no firmamento

Não há ponte, nem estrada, há o nada

Lindamente poético, inacessível sentir

Mistura de tudo que nunca vi; acabada

Encerro o que a palavra tentou cumprir

Desisto da situação, não penso em nós

E o tempo se desprende da minha mão

Sem beijo, sem adeus, nos deixa a sós

Vou, mas, deixo contigo o meu coração.