O TREM PAGADOR DA SOLIDÃO

Não faça assim

não seja tão malvada

cativa-me com tantas virtudes

afoga-me e salva-me

neste seu oceano de encantos

mar de miríades de enlevos

para depois sumir, desaparecer?

Abandonando-me num vale de prantos

relembrando-me com precisão cirúrgica

que a solidão as vezes, é mesmo muito dura,

vejo-a agora, com máscaras disformes,

a dardejar suas lãminas de todos os cantos

não sejas tão malvada, és má...

sumindo assim deste jeito

relembra-me que a solidão as vezes

veste-se com sua fantasia de colombina

derramando gargalhadas irônicas

que reboam pelos recantos d'alma

não sejas assim tão malvada

ironizas por essas atitudes, as pessoas

que só fazem querer-te bem

apresentando-me outra face da solidão

que trasmontas nossa alma, uma e muitas vezes

com uma força impactante de trem

O Trem Pagador da Solidão.

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 29/09/2007
Reeditado em 29/09/2007
Código do texto: T673447
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