O FARDO DO TEMPO
O tempo aumenta em meu corpo,
A cada dia me sinto mais cansado,
Meu caminhar cambaleante e fraco
Obrigando-me a cultivar esta dor.
O tempo sobrecarrega o meu passado.
Tento recordar as boas lembranças,
Aquelas que me trazem esperança,
Mas as tristes deixam meu peito paralisado.
O tempo me enganou fazendo-se de abstrato,
De repente, fugiu de minha presença,
Deixou-me abandonado, sem amor e sem essência
Para viver, no meu deserto, o crepúsculo desolado.
O tempo diminui em meu futuro,
A paixão se tornando insípida,
A solidão cada vez mais desmedida,
Anunciando o cinéreo tempo taciturno.