Uma história triste
Eu sinto muito, mas essa não é uma historia bonita
Eu sinto muito por ela ser bem sofrida.
Eu sinto muito, mas tenho que contar.
Eu tenho que contar pra ela não me matar.
Era uma vez e eu era criança
Era uma vez e eu tinha esperança
Era uma vez e essa vez acabou
Fragmentado estou.
Ainda não sei como contar tudo que esta na minha cabeça a passar.
Dessa vez isso me dilacera e cada palavra é uma ferida aberta.
Vou dizer aos cachorros na rua que nessa história eu me faço nua.
E enrolo pra não contar até essa inspiração passar;
que o sangue escorreu várias vezes por eu não querer contar.
Eu vou invadir a caverna na minha existência pra tirar toda a sombra que se esconde nas paredes; vou me despir e vou rodar pra me livrar dessas lembranças. Eu avisei, essa não é uma história bonita.
Eu era criança, cheio de luz e esperança.
E me apresentaram a tal vizinhança,
Caí da casa da na arvore e as pimentas arderam minha pele.
Meus pulmões pararam, meus olhos fecharam e eu me esqueci da delicadeza na minha pele.
Ouvimos coisas duras como pedras, a água saiu de nossas perolas
E a boca ficou fechada.
Na garganta o gosto áspero da malicia, no corpo a paralisia.
E encontrei um caminho de esperança, que logo não era nada além de ilusão
E então minha pele se rasgou.
Com o rasgo meu sangue jorrou e tudo em volta acabou.
Eu sinto muito, mas isso ainda não acabou.
Quando o sangue estancou, encontrei o amor.
E amor quase me matou.
O amor tirou meus amigos, o amor rasgou minhas roupas, o amor deixou marcas pelo meu corpo, o amor abusou de mim.
E eu fiquei.
Fiquei por acreditar que o amor iria melhorar.
Até que o amor tentou me matar.
Então eu gritei, berrei e pulei
O amor foi atrás, mas recusei.
Essa história está longe de acabar
Não posso mais continuar.
Vire essa pagina e você verá
Que há coisas boas para te consolar.