PRABINHO

Um ano sem Binho

É uma dor sem sentido

Um remorso atrás da canção

E um poema que nunca foi

São águas correndo na encosta

Uma pergunta sem resposta

E um sopro de vento uivando no monte.

Um ano sem Binho

É uma pedra rolando na ribanceira

Chuva fininha molhando a poeira

E o desdizer daquilo que nunca foi dito

É o riso deixado lá na infância

É uma nuvem branca no azul do céu

E a capa do livro que ficou no esboço.

Um ano sem Binho Geraes

É a viola calada num canto

É o clarão da lua deitada na serra

É a saudade atormentando o presente

Marcando a tristeza num tom bemol

Para cingir o acorde dissonante

Onde a teimosia das cordas faz a inversão.

(13/07/2018)

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 21/08/2019
Reeditado em 24/09/2019
Código do texto: T6725927
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