PRABINHO
Um ano sem Binho
É uma dor sem sentido
Um remorso atrás da canção
E um poema que nunca foi
São águas correndo na encosta
Uma pergunta sem resposta
E um sopro de vento uivando no monte.
Um ano sem Binho
É uma pedra rolando na ribanceira
Chuva fininha molhando a poeira
E o desdizer daquilo que nunca foi dito
É o riso deixado lá na infância
É uma nuvem branca no azul do céu
E a capa do livro que ficou no esboço.
Um ano sem Binho Geraes
É a viola calada num canto
É o clarão da lua deitada na serra
É a saudade atormentando o presente
Marcando a tristeza num tom bemol
Para cingir o acorde dissonante
Onde a teimosia das cordas faz a inversão.
(13/07/2018)