BURACO NEGRO
A noite envelheceu
O dia não amanheceu
Tudo está tão escuro
O corpo se arrasta lento
Conflitos de pensamento
Sentimentos contraditórios
Quanta incoerência
O imaginário se entrelaça ao real
Madrugada a dentro
Na rede marrom navego
Em caminhos tortuosos
E águas geladas e turvas
Precipito-me, às vezes, no vazio.
Queda livre, um frio.
Sensação esquisita, susto grande.
Acordo! Não acordo! Onde estou?
Tudo gira na imensidão do universo
Buraco infinito, um grito.
Ninguém me ouve.