Sinto-me estranho

Sinto-me estranho

Talvez seja o vento

Talvez seja o sol

Não sei

Toda essa coisa de viver

De amar, de esquecer

Tudo isso pesa por dentro

E é um peso que machuca

Um peso que corta a musculatura

Que quebra os meus ossos

No final, eu desfarelo

Toda a minha essência

É o que sobra?

O que ainda é meu?

Segui o conselho de fugir de mim

E a dor não passa, apenas se alimenta

Entrego-me as dúvidas do futuro

E ao marasmo do passado

Que temos naturalmente

Por temer assumir quem somos

Deixo meu corpo aproveitar a praia

A cerveja gelada

A batata engordurada

O pequeno prazer do dia.