PARTICULARIDADE
Nadando nos meus próprios sentimentos,
Procurando viver o que aprendi;
Descubro que o que sinto me domina;
Cumprindo meu desejo, me perdi.
Levanto. Mais um dia. Outra vez tento.
Ficar de pé. A mim mesmo pedi.
Não creio nem um pouco em carma ou sina;
Já não descrevo só o que entendi.
Escrevo o que me vem sem ter talento,
Apenas registrar o que senti.
Dor de cabeça sou, sem aspirina,
Suporto as falhas que já cometi.
Redijo, nessas linhas, meu lamento,
Na ânsia de expurgar o que está aqui,
No peito que, qual fita, rebobina,
A dor dos versos que não escrevi.