O Final da Luz
As memórias doces precedem as sombras eternas do final do entardecer
Depois dela só me presto às esperanças mortas do que nunca pôde ser
A paisagem gradeada me remete a esse bem querer
E que mais há, nesse oceano de saudade, que me lembra alguém que não você?
Me vejo um tolo, um jovem tolo que ocupa os devaneios mais sinceros com promessas de amor eterno
Mas que ambição me restará frente a razão que me propõe realidade?
Não há embate real nessa ilusão em que se envolve a mocidade
O que me sobra são estes maços de cigarros me embalando o pensamento
Pra viver o amanhã, hoje, em noite de crime, amarro forte o sentimento
Os dias continuarão a passar nessa triste monotonia, tenho certeza
E eu permanecerei dançando essa dilacerante cacofonia, minha tristeza.