O grito...
Rasgo o peito, o grito ainda está preso
Quem me dera alguém ouvisse minha voz.
Mas meu grito tem vontade própria
Não quer se ouvido,
não ousa passar pelas cordas vocais,
E sair estridente.
Faz de tudo para não ser percebido.
Então usa de grande destreza,
Se prende à garganta, até tornar-se insuportável.
Vai com calma noite a dentro, sem ser visto.
Com muita sutileza. Se transforma em correnteza.
Permanece em silêncio, transborda nos olhos,
molha meu travesseiro e vai embora.
Mas promete voltar.