TEU AMOR
Teu amor
Sem ressonância
Resistente permanece
A destruir castelos
E sonhos
A destronar reis e rainhas do seu ego
Teu amor passageiro
Que trafega em tantos peitos
Arrebatados de amor
Caídos por ti
Teu amor que não encontra lugar
Não possui dono.
Aprisiona rebanhos
Fiéis
Teu amor
Evaporador de utopias
Usurpador de faces e vozes
Que geme em gozo
Na mutação de amor em dor
Responsável pela morte
Infinitas mortes
E poesias dolosas
Fúnebres
De corações sangrando
De sentimentos feridos
De medos repetidos
De dissabores previsíveis
De futuros divididos
Teu amor
Que foi bela flor
Que aos poucos desabrochou
Despetalou
E
Que carrego agora
Apenas tantos espinhos.
Furtas-te minha paz
E o que há de mim?
Nada, nada mais!