GRITOS DO SILÊNCIO.
Sob o golpe impiedoso
do machado, moto-serra,
ou outro recurso asqueroso,
a pobre árvore centenária,
outrora imponente,
à força bruta, agora, impotente,
só geme
e treme,
suspira
e cai.
(O HOMEM RI!)
Na obsessão incessante
da eterna busca de um diamante,
quando algum vem-lhe à peneira
O homem - simulacro de uma toupeira -
EXULTA, VIBRA
(COMEMORA, TRIUNFANTE!)
Por outro lado,
ali ao lado,
o rio, outrora, caudaloso,
ora, palco de ato criminoso
sob os efeitos degradantes
do mercúrio e toxinas,
Agoniza, asfixiado,
e assiste toda a sanha assassina,
entre triste e desolado,
a mortandade
de si próprio
e de seus eternos habitantes...
A atmosfera é poluída
a cada hora, de todo jeito,
em nome de um progresso
que não sabe se terá fim.
E cada passo em direção
a esse progresso deletério,
o homem - QUE É SUA PRÓPRIA FERA -
Coloca em risco a própria vida!
Ó, ser imbecil pré-pré-caverna,
RANGER DE DENTES É O QUE TE ESPERA !
MÃE-NATUREZA REAGE UM DIA
e cruel ser'á sua vingança :
NÃO TE HAVERÁ O QUE COMER,
NEM AR PURO PRÁ RESPIRAR
NEM CALMA SOMBRA PRÁ DESCANSARES
NEM ÁGUA - MESMO POLUÍDA - PARA BEBERES...
NÃO SOBRARÁ NEM CADEIRA
DE MADEIRA
PARA QUE POSSAS TE SENTAR...
É o fim dos tempos.
do homem...
da vida...
de tudo!!!