Ode melancólica
No porto da noite,
perco a chamada
para a barca dos sonhos.
Contrariada, a madrugada
arma arapucas, armadilhas
de pensamentos. Caio em todas!
No fundo de um fosso,
sem muito esforço,
solta a pele da terra,
cavo com as unhas, desenterro
vergonhas, fracassos
e outros pensamentos velhos
até encontrar, sem muita demora,
ao som da assonia,
a melancolia
na ossada das horas.