RUÍNAS

Se é sempre Outono o rir das primaveras,

Castelos, um a um, deixa-os cair...

Que a vida é um constante derruir

De palácios do Reino das Quimeras!

E deixa sobre as ruínas crescer heras.

Deixa-as beijar as pedras e florir!

Que a vida é um contínuo destruir

De palácios do Reino de Quimeras!

Deixa tombar meus rútilos castelos!

Tenho ainda mais sonhos para erguê-los

Mais altos do que as águias pelo ar!

Sonhos que tombam! Derrocada louca!

São como os beijos duma linda boca!

Sonhos!... Deixa-os tombar... deixa-os tombar...

Florbela Espanca
Enviado por Miguel Toledo em 22/05/2019
Reeditado em 22/05/2019
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