O Menino Que Pensava Ser Adulto

Seu rosto estampa a fúria dos seres

Suas mãos detêm tolos poderes

No alpendre, pensativo, ele é Deus

Crendo que todos ao seu redor são ateus

E do que adianta enxergar o real?

Ele se questiona em vida sem respirar

Todos morrem sozinhos no final

E de nada adianta nele mesmo acreditar

Com seus olhos negros ele vê seu futuro

Uma vida regrada e cercada por um muro

Sem esperança ou força para se pendurar

Os seus medos serão as grades de seu eterno lar

Um menino que arquejava como um adulto

Vivenciando um precoce e inocente luto

No alpendre ele faz seu nó

Sabendo que ali ele estava só...

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 13/05/2019
Reeditado em 13/05/2019
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