O Menino Que Pensava Ser Adulto
Seu rosto estampa a fúria dos seres
Suas mãos detêm tolos poderes
No alpendre, pensativo, ele é Deus
Crendo que todos ao seu redor são ateus
E do que adianta enxergar o real?
Ele se questiona em vida sem respirar
Todos morrem sozinhos no final
E de nada adianta nele mesmo acreditar
Com seus olhos negros ele vê seu futuro
Uma vida regrada e cercada por um muro
Sem esperança ou força para se pendurar
Os seus medos serão as grades de seu eterno lar
Um menino que arquejava como um adulto
Vivenciando um precoce e inocente luto
No alpendre ele faz seu nó
Sabendo que ali ele estava só...
(Guilherme Henrique)