Era a vida uma ilusão.

Era a via

Uma estrada sem sentido

Sempre de partida

Quando houver sentido, de ida

Era a trilha a caminhar

Encontrar e perder a razão

Pisar o chão

Ter o mundo aos seus pés

Uma mera ilusão

Que se vive

Ao invés de viver a vida

A magia

A alegria

Que te corta que nem adaga

A luz que te vem e que alumia

Se lhe apaga, opção que lhe cega

Origina e germina

À semente que foi plantada

Era uma via onde se vai

Que depois que se foi

Perdida

Era a lágrima escondida

Que se vê

A folha não escolhe cair

Mas se escolhe ser folha

Ela cai

Era a tarde que passa

Onde um Sol que se punha

Sereno

Era lenha a queimar

Quase nunca por inteira

Nem plena, nem toda vida

Era apenas vida

Quase sempre pequena

O alento, lugar distante

Um olhar ao longe

Era noite, era manhã

Mocidade

Sonhar era um sonho

Uma folha morta

Era o Sol que se apaga

Ter o mundo aos seus pés

Ilusão que te mata

Que te corta que nem adaga

Era sempre uma partida

Perdurou por instante

Só o passado há de ser eterno

O presente era vida.

Edson Ricardo Paiva.