HERANÇA
Na base do sono
Não sei se abraço ou abandono
Tudo aquilo que me faça
Bem ou mal mas rechaça
O fragmentado
Que reviva
A inconstante chama sempre ativa
Da imortalidade essencial
De tudo que é aleatoriamente moral
E claramente final
Ou inicial de qualquer coisa
Fundamental, atual ou experimental
Mas sempre algo que repousa
Poderia eu levantar voo
Como a sublime mariposa?
Será a realidade assim tão ardida
A ponto de me legar essa herança
Sem possibilidade de festança
Sem nenhuma consolação bendita
Mas somente uma tristeza inaudita?